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Ratos
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                                                      RATOS

Leptospirose

É uma zoonose causada por uma bactéria do tipo Leptospira que afeta seres humanos e animais podendo ser fatal. Durante chuvas e inundações, essa bactéria, presente na urina do rato, se espalha nas águas, podendo invadir casas e contaminar, através da pele, os que entram em contato com áreas infectadas. A longa permanência de pessoas na água favorece a penetração da bactéria pela pele limpa, sem ferimentos, e ela pode atingir rins, fígado e musculatura.

Os locais, onde o contágio acontece, normalmente são beiras de córregos, galerias de esgoto e terrenos baldios. Em seu quadro mais grave, também é chamada de Mal de Weil ou Síndrome de Weil. Apesar de classificada somente em 1907, graças a um exame post mortem realizado em uma amostra de rim infectado, a doença foi identificada em 1886, pelo patologista alemão Adolf.

Os ratos são considerados os principais transmissores da doença. Os roedores domésticos mais comuns, que levam a leptospirose ao homem, são o rato de telhado (ou de forro, o Rattus rattus), a ratazana (de praia ou de esgoto) e o camundongo (o Mus musculus).

A leptospirose, nos seres humanos causa ampla gama de sintomas, mas alguns casos podem ser assintomáticas, isto é, não apresentam sintoma. Podem ser sintomas da doença: febre alta, fortes cefaléias (dores de cabeça), calafrios, dores musculares, vômitos, icterícia (cor amarelada da pele), olhos congestionados, dor abdominal, diarréia e coceira. Um sintoma capaz de diferenciar-la de outras doenças é a insuportável dor na batata da perna, muitas vezes, o doente não consegue ficar de pé. Pode provocar alterações no volume e na cor da urina tornando-a mais escura. Complicações incluem falência renal, meningite, falência hepática e deficiência respiratória, caracterizando a forma grave da doença citada a cima. Pode levar a morte raramente. Normalmente, quando curada, a doença não deixa sequelas.

Muitas vezes, essa patologia é confundida com doenças como gripe e, principalmente, hepatite. O diagnóstico da doença é difícil, devido a variedade de sintomas, comuns em outros quadros clínicos. O diagnóstico final é confirmado por meio de testes sorológicos como o método de ELISA (Ensaio Detector de Anticorpos de Enzimas) e o PCR (Reação em Cadeia da Polimerase = Polymerase Chain Reaction).

Os humanos também infectam-se, freqüentemente, por água, alimentos ou solo contaminados pela urina de animais infectados (bovinos, suínos, eqüinos, cães, roedores e animais selvagens) que são ingeridos ou entram em contato com membranas mucosas ou com a pele. A infecção é mais comum em áreas rurais, podendo ocorrer, também, em áreas urbanas, quando alguns dos animais mencionados entram em contato com alimentos armazenados em depósitos não devidamente isolados. Há casos de pessoas que contraíram a doença e morreram por beberem liquídos (e só foi descoberto após a sua morte) de latas que se encontravam contaminadas com a bactéria causadora da infecção, devido à urina dos ratos que se encontram nos armazéns de fábricas e supermercados. Não há registros de transmissão da doença de uma pessoa para outra.

Prevenção:

Baseia-se no controle dos roedores e em medidas para melhorar o meio ambiente como habitação protegida das águas das chuvas, saneamento básico e cuidados especiais com o lixo, principal alimento de ratos. Tratar esgotos e galerias por onde passam as águas das chuvas, evitando inundações e impedindo a urina do rato alcançar o homem.

- Quando entrar em contato com regiões inundadas ou com lama, usar luvas e botas de borracha;

- Evitar expor ferimentos às águas infectadas de inundações em áreas suscetíveis á bactéria;

- Ficar o menor tempo possível imerso nessas águas e impedir que as crianças nadem ou mergulhem nelas;

- Desinfetar com cloro (hipoclorito de sódio) os objetos de casa que entraram em contato com a água ou com a lama;

- Médicos recomendam a lavagem de latas e outras embalagens com água e sabão.

No Brasil, não há vacina contra a leptospirose para seres humanos. Existem vacinas somente para uso em animais, como cães, bovinos e suínos. Esses animais devem ser vacinados todos os anos para ficarem livres do risco de contrair a doença e diminuir o risco de transmiti-la ao homem.

Tratamento:

A leptospirose é tratada com antibióticos, como a doxiciclina ou a penicilina, hidratação e suporte clínico, orientado por um médico, de acordo com os sintomas apresentados. Casos leves podem ser tratados em ambulatório, mas os casos graves precisam ser internados.

Curiosidades quanto à Leptospirose.

Solução desinfetante de alimentos e objetos: Cloro mata a bactéria. Se não for possível armazenar os alimentos protegidos da água, o correto a se fazer é eliminá-los. Frutas em geral, carne, leite, verduras, legumes, arroz, feijão, café, manteiga, etc devem ser inutilizados. Alimentos enlatados podem ser lavados mantendo-os em contato com a solução por trinta minutos, desde que não tenha havido contato da comida com a água. Para 1L, 20L, 200L e 1000L usa-se, respectivamente, duas gotas, uma colher de chá, uma colher de sopa e dois copinhos de café de hipoclorito de sódio.

Por quanto tempo a leptospira vive no ambiente?

As leptospiras podem sobreviver até semanas ou meses, dependendo das condições do ambiente (temperatura, umidade, lama ou águas de superfície). Porém, são bactérias sensíveis aos desinfetantes comuns e a determinadas condições ambientais. Elas são rapidamente mortas por desinfetantes, como o hipoclorito de sódio, presente na água sanitária, e quando são expostas à luz solar direta.

Qual é o risco de contaminação se houver contato com águas suspeitas?

Nesta situação, a contaminação da pessoa dependerá de alguns fatores, como a concentração de leptospiras na água, o tempo que a pessoa ficou em contato com a água e a possibilidade ou não da penetração da bactéria no corpo humano, entre outros fatores. Deve-se ficar atento por alguns dias e, se a pessoa adoecer, deve-se procurar um médico o mais breve possível, não esquecendo-se de relatar a exposição aos fatores de riscos a leptospirose.

Qualquer pessoa pode contrair a doença?

Sim, qualquer pessoa pode contraí-la. Porém, tem-se observado maior freqüência de casos em indivíduos do sexo masculino, na faixa de 20 a 35 anos, provavelmente pela maior exposição a situações de risco em casa ou no trabalho.

Para obter maiores informações sobre a leptospirose, procure a Secretaria Estadual de Saúde, o Centro de Controle de Zoonoses ou a Secretaria Municipal de Saúde de sua cidade.

Hantaviroses

As hantaviroses são doenças provocadas pelo hantavírus, agentes etiológicos pentencentes a família Buyanviridae, encontrado em ratos silvestres que vivem em áreas rurais, onde foram registrados os casos da doença. Podem se apresentar sobre as formas de Febre Hemorrágica com Síndrone Renal (HFRS) e Síndrone Pulmonar por Hantavírus (HPS), sendo a segunda a única forma encontrada nas Américas. Não são específicas de nenhum grupo étnico e se comportam de forma estacional coincidindo com a presença e o maior número de roedores portadores do vírus.

Cada espécie de roedores, principais reservatórios dos Hantavírus, parecem ter tropismo por determinado tipo do vírus. No roedores, a infecção pelo Hantavírus, aparentemente, não é letal e pode levá-lo ao estado de reservatório do vírus por toda a vida. Nesses animais, os Hantavírus são isolados principalmente nos pulmões e rins, apesar da presença de anticorpos séricos, sendo eliminados em grande quantidade na saliva, urina e fezes.

Os sintomas são três: febre acima de 38 graus, dores musculares e dificuldade de respirar, desde que o paciente tenha estado na zona rural nos últimos 60 dias.

Essa enfermidade não pode ser transmitida de pessoa a pessoa, ou seja, espirro, tosse, aperto de mão ou qualquer outro contato físico não representam risco de contágio.

A contaminação pelo hantavírus ocorre quando respira-se poeira com restos de fezes, urina ou saliva de ratos contaminados em ambientes fechados. Os moradores de áreas rurais, agricultores, caçadores, pescadores, pessoas que fazem trilhas, acampam ou freqüentam matas possuem maior risco de contrair a doença. Outras formas de transmissão para a espécie humana foram também descritas:

- ingestão de alimentos e água contaminados;

- percutânea, por meio de escoriações cutâneas e mordeduras de roedor;

- contato do vírus com mucosa, por exemplo, a conjuntival;

- acidentalmente, em trabalhadores e visitantes de biotérios e laboratórios.

O período de incubação da doença provocada por Hantavirus varia de 12 a 16 dias com uma variação de 05 a 42 dias. Apesar do risco de morte, a hantavirose tem cura. É importante procurar uma unidade de saúde logo que sentir os primeiros sintomas da doença.

Síndrome Pulmonar por Hantavírus (HPS)

- Febre, mialgias, dor abdominal, vômitos e cefaléia; seguidas de tosse produtiva, dispnéia, taquipnéia, taquicardia, hipertensão, hipoxemia arterial, acidose metabólica e edema pulmonar não cardiogênico. O paciente evolui para insuficiência respiratória aguda e choque circulatório.

- Complicações: insuficiência respiratória aguda e choque circulatório.

- Tratamento: desde o início do quadro respiratório, estão indicados medidas gerais de suporte clínico, inclusive com assistência em unidade de terapia intensiva nos casos mais graves.

Febre Hemorrágica com Síndrome Renal (HFRS)

- Febre, cefaléia, mialgia, dor abdominal, náuseas, vômitos, rubor facial, petéquias e hemorragia conjuntival, seguida de hipotensão, taquicardía, oligúria e hemorragias severas, evoluindo para um quadro de poliúria que antecipa o início da recuperação, na maioria dos casos.

Tratamento:

- isolamento dos pacientes com proteção de barreiras (avental, luvas e máscaras);

- evitar sobrecarga hídrica nos estágios iniciais, manter o aporte de fluidos adequado para repor perda na fase de poliúria, controle da hipotensão com expansores de volume e vasopressores nos casos graves, monitorização do estado hidroeletrolítico e ácido-básico e diálise peritoneal ou hemodiálise no tratamento da insuficiência renal.

Para os dois tipos de Hantaviroses, o diagnóstico faz-se através de Imunofluorescência, Elisa e Soroneutralização. A confirmação se dá através de PCR e Imunohistoquímica de órgãos positivos.

Prevenção:

Não há vacina contra essa patologia. As medidas preventivas são: não deixar casas fechadas por muito tempo, não plantar nada a menos de 30 metros de distância das residências; manter o mato em volta das casas sempre cortado; não deixe madeira, lixo ou folhas acumuladas perto das habitações; não comer frutos caídos ou próximos ao chão; tapar todas as frestas e buracos por onde ratos podem passar; não deixar restos de ração ou comida ao alcance dos ratos; evitar que o lixo fique espalhado; guardar grãos ou qualquer alimento a uma altura mínima de 40 centímetros do chão e nunca tocar em ratos.

Limpeza de ambientes fechados

Antes de entrar no ambiente, abra as portas e deixe arejar por um tempo. Em seguida, abra as janelas e aguarde mais um tempo antes de entrar para fazer a limpeza. Prepare uma mistura de 1 copo de água sanitária com 9 copos de água. Com a ajuda de um rodo, molhe um pano nessa mistura e passe no chão, tomando o cuidado de não levantar poeira. Jamais use vassoura. Mantenha portas janelas abertas até que tudo esteja limpo e seco.

Cuidados necessários ao acampar

Procure um local afastado da mata e exposto ao sol para armar a barraca. Ela deve ter fundo impermeável para que não haja contato direto do corpo com o solo. A água e os alimentos que serão consumidos devem ser guardados em recipientes muito bem fechados. Não use sandálias abertas.

Curiosidades quanto as hantaviroses

Dados estatísticos:

A Febre Hemorrágica com Síndrome Renal (HFRS) tem a distribuição na Europa e Ásia onde na China ocorrem de 40.000 a 100.000 casos por ano. Na Coréia do Sul tem ocorrido uma média de 1.000 casos por ano. Possui uma letalidade variável com média de 5% na Ásia e um pouco maior nas Ilhas Balcãs.A forma respiratória da doença (HPS) com grande letalidade, identificada em junho de 1993 na região sudoeste dos Estados Unidos e, posteriormente, observada em outros 21 estados daquele país levou ao isolamento de outros Hantavírus como o Sin Nombre, Black Creek Canal, Bayou e New York. Desta forma, a Síndrome Pulmonar por Hantavírus passou a ser reconhecida em outros países e possibilitou o isolamento de novas espécies. No Brasil, os 3 primeiros casos clínicos de Síndrome Pulmonar por Hantavírus foram identificados no Estado de São Paulo, no Município de Juquitiba, em 1993. Outros sete casos foram registrados: um no Estado de Mato Grosso na cidade de Castelo dos Sonhos e outros seis no estado de São Paulo, nas cidades de Araraquara e Franca, ambos em 1996; um em Tupi Paulista e um em Nova Guataporanga e dois casos em Guariba, em 1998.

Curiosidades quanto à peste bubônica

Dados históricos:

Na Idade Media, a peste bubônica, popularmente conhecida como peste negra, tinha como profilaxia direta o isolamento dos enfermos, tornando-os inofensivos como portadores do elemento causal, erradicando, assim, a doença. No curso da história humana, essa foi uma das três grandes pandemias já registradas.

QUARENTENA: O pânico foi a primeira reação ao aparecimento da doença. Buscava-se a fuga como salvação, mas nem todos podiam, ou queriam, fugir. À principio, a pestilência era considerada sinal da ira divina, e muitos viam, como únicos remédios, a penitência e a oração. Comunidades negavam-se a admitir pessoas provenientes de regiões onde grassava a peste. Medidas para proteger os sadios e os ajudar a evitar o temido mal tornaram-se imperiosas. A experiência de isolar os doentes foi eficaz, desenvolvendo-se rapidamente esse princípio como combate à infecção. As autoridades eram notificadas quanto a existência de pacientes, que depois de examinados, eram isolados em suas casas, enquanto durasse a enfermidade.

Os mortos eram retirados das casas pelas janelas e seus corpos removidos em carroças para fora das cidades, o lugar de enterramento também tinha a finalidade de prevenir o alastramento da epidemia. Quando morria um paciente, arejavam-se e fumigavam-se os cômodos e queimavam-se os seus pertences. Para evitar a entrada da peste na comunidade, usava-se o método de isolar e observar pessoas e objetos sob condições rigorosas e por um período específico, até se confirmar a inexistência da doença. Assim surgiu a quarentena, contribuição fundamental a pratica da Saúde Pública.

A partir do século XIV, quem atendesse um paciente com a peste deveria ser isolado, por quatorze dias, antes de reassumir suas relações sociais com outras pessoas. O mesmo valia para viajantes ou mercadores infectados, ou simplesmente suspeitos de ter a doença. Mais tarde, estenderam o período de isolamento para trinta dias e, posteriormente, para quarenta dias, origem do termo quarentena. As primeiras estações de quarentena foram construídas na Itália, assim, depois de rígida inspeção das embarcações que ali chegavam, todos os passageiros e cargas de navios ficavam detidos por esse período, expostos ao ar e a luz solar.

A razão para tal período residia na crença, generalizada nos séculos XIII e XIV, de ser o quadragésimo dia o de separação entre as formas agudas e crônicas as doenças. Recorria-se, também, à Bíblia para atribuir ao numero quarenta um significado especial, o dilúvio durou quarenta dias, assim como outros episódios bíblicos. Na alquimia, também considerava-se importante o número, pois se acreditava na necessidade de quarenta dias para certas transmutações. Dessa forma, criaram um sistema para combater doenças contagiosas, com estações de observação, hospitais de isolamento e procedimentos de desinfecção, ainda hoje comuns na prática de Saúde Pública.

A BACTERIOLOGIA E A SAÚDE PÚBLICA. Em 1897, no Japão, observou-se o bacilo da peste em pulgas de ratos e sugeriu-se, pela primeira vez, que as pulgas de ratos com peste poderiam não apenas abrigar os organismos mas também passar a infecção ao homem. No mesmo ano, estudiosos convenceram-se de que o rato transmitia a doença ao homem.