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Broca
Broca

Broca Compondo a fase larval de alguns besouros, as brocas vão ter seu comprimento variando entre um e sete mm, com coloração indo do castanho até o preto, muitas vezes sendo recobertas por finos pêlos. A fase larval se dá integralmente no interior da madeira. Quando adultos tornam-se besouros, criam asas e abandonam tal local, deixando orifícios visíveis a olho nu.

As espécies urbanas encontradas são aquelas pertencentes às famílias Anobiidae e Lyctidae, sendo a Anobium punctatum e a Lyctus brunneus, respectivamente.

• Lyctidae São essencialmente xilófagos, ou seja, se alimentam de madeira. Indivíduos pertencentes à família Lyctidae procuram partes da madeira ricas em amido, principal fonte de alimento destes seres. Sendo assim, a deposição de ovos e o local de vivência dos lictídeos são determinados pela presença de tal substância.

• Anobiidae Indivíduos que compõe a família Anobiidae possuem hábitos alimentares variados. Aqueles que são xilófagos preferem madeiras antigas, uma vez que ao longo do tempo a composição destas se modifica e se torna preferencial para eles. Dentre as brocas, os anobídeos são os únicos capazes de digerir a celulose, componente primário da madeira. As demais somente a ingerem, expelindo a madeira sem digeri-la.

Ciclo de Vida das Brocas

Na eclosão dos ovos surgem pequenas larvas que vão se alimentar da madeira, formando galerias e túneis. Quando a larva está na iminência de se tornar uma pupa, ela migra para regiões mais superficiais da madeira. A pupa, então, adquire um estado inativo, deixando de se alimentar. Durante esse período ocorrem inúmeras transformações até se atingirem características adultas. O adulto é caracterizado por um pequeno besouro que também não vai se alimentar. Ele vai perfurar a madeira até atingir a sua superfície, abandonando-a em busca de um parceiro para o acasalamento. As fêmeas fecundadas vão, então, retornar a madeira para a oviposição.

 

Os Lictídeos vão procurar madeiras ricas em amido para a oviposição. Possuem um ciclo de vida bastante variável, determinado pelas condições ambientais as quais estão submetidos. Em condições ótimas de temperatura, umidade e nutrição, o seu ciclo pode ser extremamente curto, atingindo a maturidade aos quatro meses.

 

Os Anobídeos vão procurar madeiras geralmente não polidas, relativamente moles, assim como pequenas frestas para a oviposiçao. Possuem um ciclo de vida mais fixo, com a eclosão variando entre catorze e dezoito dias, uma fase larval de cerca de um ano e uma fase de pupa de cerca de três semanas.

Hábitat e Distribuição Geográfica

Brocas são seres capazes de sobreviver em condições de umidade bastante baixas (30%). São encontradas em livros, couro, madeira, forros, batentes, tecidos, gesso e até cabos elétricos.

Anobídeos preferem madeiras de consistência mais macia. São observados por todo o continente Europeu e em climas temperados.

Lictídeos preferem madeiras de consistência mais dura. Podem habitar madeiras com índices de umidade extremamente baixos, chegando aos 7%. São constantemente encontrados em assoalhos de casas. Possuem distribuição geográfica muito ampla, sendo encontrados em todo o globo.

Importância das Brocas

No setor madeireiro, as larvas brocas de importância são as xilófagas, que se alimentam de madeira, desde a planta viva até a madeira em uso. Já o adulto somente causa prejuízo pela perfuração para a saída na fase reprodutiva. De maneira prática as brocas podem ser agrupadas em três grupos, levando em conta o estágio de beneficiamento que a madeira se encontra, que está relacionado com seu teor de umidade.

As brocas que atacam a árvore viva ou recém abatida são principalmente das famílias Cerambycidae, Platypodidae e Scolytidae. Estes insetos atacam principalmente as que têm um alto teor de umidade e os prejuízos causados se devem pela larva da broca se alimentar do amido contido na madeira, assim abrindo galerias, que se localizam logo abaixo da casca podendo alcançar até mesmo o cerne da arvore (porção central do tronco). Grande parte das brocas que atacam árvores vivas ou recém abatidas, ao depositarem seus ovos na madeira, inocula um fungo que servirá de fonte de alimento para as larvas na fase inicial de desenvolvimento. Este fungo é denominado popularmente de Ambrosia, pois são os causadores de manchas ao redor dos orifícios, depreciando muito o valor de venda da madeira.

Já as brocas que infestam a madeira na secagem são representadas, principalmente, pela família Brostrychidae. Os brostriquídeos eclodem seus ovos quando a madeira tem uma umidade intermediaria, completando o seu ciclo quando a madeira já esta seca. Por isso podem ser encontrado em habitações, geralmente quando a madeira não foi totalmente seca para o seu futuro beneficiamento.

As brocas que atacam madeira seca, com baixa umidade, se infestam principalmente pelas famílias Anobiidae e Lyctidae. As brocas da família Anobiidae, por terem um hábito alimentar variado, podem ser encontradas atacando caules de plantas, produtos manufaturados de origem vegetal ou animal, madeiras e livros, entre outros. As brocas desta família são os principais representantes causadores de prejuízos em museus, bibliotecas e domicílios.

Diferente dos anobiídeos, a família Lyctidae alimenta-se essencialmente de madeira, consumindo o amido presente na madeira, como acontece na madeira da arvore Virola, por possuir um alto teor de amido no alburno (região intermediaria entre a casca e o cerne). Os lyctídeos são os que toleram os mais baixos teores de umidade. Os prejuízos causados por eles são vastos, ocorrendo principalmente em regiões urbanas, onde encontramos uma grande quantidade de madeiras com baixa umidade.

No ambiente natural as brocas participam de processos importantes como cicladores de nutrientes. Este processo é fundamental para a continuidade da vida no planeta, já que algumas espécies se alimentam de madeira em decomposição e suas fezes contêm nutrientes importantes para o solo.

Já o interesse pelos estudos científicos é de longa data, sendo que algumas espécies de brocas se alimentam de espécies de plantas de interesse econômico e os estudos são voltados para o ciclo de vida, bem como para o desenvolvimento de novos inseticidas. Para algumas brocas, como é o caso broca-do-cafeeiro da espécie Hypothenemus hampei, há estudos dedicados sobre o desenvolvimento de métodos alternativos para seu controle, como a utilização de fungos que causam algum tipo de doença na broca.

Métodos de Controle

A inspeção visual e o uso de armadilhas é uma boa metodologia de averiguação. Com isso, pode-se avaliar qual é a melhor estratégia de controle ou se realmente existe a necessidade de intervenção química. O tratamento mais comumente utilizado no combate as brocas é a aplicação de inseticida. Esse método pode ser empregado tanto no combate como na prevenção, sendo pouco eficiente no primeiro caso. Ao se aplicar o inseticida nos orifícios escavados pelas brocas, a praga não será exterminada já que ali é apenas a “porta de saída” da madeira pelos insetos adultos, os quais já emergiram. Ademais, a penetração do produto nesse local será pequena, porque ali se acumulam serragem e fezes do inseto, fato que restringe o alcance do inseticida a outros indivíduos.

Este método tem, portanto, um objetivo muito mais preventivo do que curativo. Se a superfície, frestas, juntas e orifícios estiverem tratados com inseticida (na madeira sadia), pode-se evitar que outras brocas venham depositar ovos naquela peça de madeira.

É relevante ressaltar que, como esse método é superficial, grande parte do produto tende a ser removida quando a madeira é trabalhada. Deve-se considerar também que isso pode por em risco a saúde de pessoas que entrem em contato com a madeira. Sendo assim, é fundamental um rigoroso controle em todas as etapas do beneficiamento da madeira. Particularmente no caso da madeira compensada, é importante notar que se o inseticida for aplicado somente na cola e a lâmina de madeira for muito espessa, esta pode servir de substrato para a proliferação do inseto.

Um outro procedimento bastante usado é o do tratamento com gases tóxicos. Quando no estado de larvas ou ovos, a presença de brocas em uma peça de madeira é praticamente imperceptível, sendo que somente mais tarde, quando o adulto eclodir, é que perceberemos, e os prejuízos se tornarão evidentes. Para evitar esse tipo de problema, emprega-se o método acima citado. O procedimento consiste em submeter a madeira a um expurgo com gases tóxicos. O expurgo é um tratamento essencialmente para combater e não para prevenir. No entanto, pode ser visto também como método de prevenção ao impedir que uma madeira atacada sirva de foco de infestação para outras madeiras sadias ou que o problema siga adiante.

O emprego do expurgo de gases tóxicos, embora de simples manuseio, exige cuidados, pois os gases usados são tóxicos e alguns deles reagem com metais, como o cobre. Isso acarreta uma série de restrições ao seu uso em determinadas situações. Sendo assim, é altamente recomendável seguir as orientações de um especialista. Pesquisas têm sido realizadas com outros gases, tais como argônio e nitrogênio. Nesse caso, o procedimento consiste em reduzir o teor de oxigênio na madeira, substituindo-o por um desses gases. Todavia, a comprovação da eficácia desse tratamento ainda está em fase de testes.

Os métodos citados acima devem ser empregados em conjunto. O pré-tratamento das madeiras após o abate evita o ataque e o transporte de insetos até a serraria. Os produtos empregados são tóxicos e os vários usos que se faz da madeira impõe restrições. O controle dos insetos xilófagos exige como primeira tarefa a análise da situação nos diferentes ambientes (seja na fábrica de móveis, na marcenaria etc) e, se houver algum problema, diagnosticá-lo corretamente, verificando o tipo de inseto (broca) e os tipos de condições que estão favorecendo sua presença. Dado o diagnóstico e considerando as diversas limitações, pode-se buscar o procedimento que oferece o melhor resultado com o menor risco para a madeira e o usuário.